Parece que agora vai. Lula saiu da inércia. Depois de levar umas cipoadas do Congresso e oferecer a outra face – leia-se umas emendas ali, uns cargos aqui -, o presidente entendeu que com esse tipo de gente você oferece o dedo (sem trocadilho) e eles abocanham o corpo inteiro. Ou seja: apagaram a luz e o pau vai comer.
Lula entendeu, convencido pelas alas mais à esquerda do seu governo, que não adianta conciliar. Não é de hoje que você vê partidos que têm ministros, cargos e latifúndios dentro da estrutura governamental fazerem de conta que são da base. Kassab, com seus três ministros, tem dois pré-candidatos ao Planalto no seu PSD e ainda flerta com Tarcísio a toda hora. O União Brasil, com ministério também, tem Caiado. E o PP de Fufuca aparece na TV com Ciro Nogueira lascando o pau no presidente. (E até o PSB vota contra o governo…).

Foi preciso Haddad, Pimenta, Boulos, Erica Hilton e outras figuras chamarem o presidente na chincha. “Tá bom, Lula! Agora é nós contra eles!”. E era isso que a base tava esperando. Os ricos contra os pobres. A repetição sim de 2022. Ninguém quer saber de conciliação, coalizão, oferecer a outra face.
Tá na hora de Lula botar a armadura, afivelar a cartucheira e puxar a peixeira. Esse é o Lula que o povo gosta e está esperando que siga à frente. Porque o grito de 2022 tá preso na garganta: “Lula, guerreiro do povo brasileiro!”.