Catástrofes Climáticas e o Desafio da Adaptação Urbana

Por Marília Arruda

É inegável que as consequências das mudanças climáticas estão cada vez mais evidentes, afetando todas as regiões do planeta, ceifando vidas, destruindo cidades inteiras e alterando drasticamente a rotina de milhares de pessoas. Os eventos extremos se intensificam em frequência e gravidade, exigindo ações imediatas dos governos, das empresas e da sociedade para mitigar suas causas e adaptar-se aos seus efeitos.

O mês de junho de 2025 foi marcado por uma sucessão de eventos climáticos extremos que demonstram a urgência de respostas concretas. Seca, calor excessivo, enchentes e deslizamentos atingiram diferentes continentes, evidenciando que nenhuma região está imune. Na Europa, por exemplo, uma onda de calor resultou na morte de mais de 2.300 pessoas, com temperaturas variando entre 43 °C e 45°C, superando em 1.3°C a média histórica.

Nos Estados Unidos, o estado do Texas enfrentou uma enchente sem precedentes, causada por chuvas intensas que elevaram os rios em até 9 metros. O saldo trágico foi de 82 mortes confirmadas e outras 40 pessoas ainda desaparecidas. Eventos como esse ressaltam a importância de investir em infraestrutura resiliente e sistemas de alerta precoce, fundamentais para salvar vidas e minimizar danos.

No Brasil, o cenário também é alarmante. Pelo terceiro ano consecutivo, o estado do Rio Grande do Sul enfrentou inundações severas, com 3 mortes registradas, mais de 1.300 pessoas acolhidas em abrigos e 125 municípios afetados. Esses eventos reforçam a necessidade de repensar o planejamento urbano, com foco na adaptação climática, principalmente em áreas de risco.

Na Região Norte, a enchente do Rio Madeira, que atingiu a marca de 28 metros, afetou diretamente mais de 530 mil pessoas na região metropolitana de Manaus, levando o estado do Amazonas a decretar estado de emergência. Esses eventos extremos, além de impactar diretamente a população, comprometem o abastecimento, os serviços públicos e os ecossistemas locais.

Diante desse cenário, torna-se urgente implementar políticas públicas eficazes de mitigação – como a transição energética, o controle do desmatamento e a redução das emissões de gases de efeito estufa – e de adaptação, como o fortalecimento da infraestrutura urbana, a proteção das populações vulneráveis e a integração de sistemas de monitoramento e resposta rápida. As mudanças Climáticas é uma realidade presente no nosso dia a dia e cabe a cada um de nós, agirmos e cobrarmos medidas que possam garantir a sobrevivência das próximas gerações.

Marília Arruda é doutora em Alterações Climáticas e Políticas de Desenvolvimento Sustentável, mestra em Desenvolvimento e Meio Ambiente, especialista em Gestão Ambiental Urbana, turismóloga e produtora Cultural. Também é criadora e mediadora do Goles de Ciências Recife e escreve no blog uma sexta-feira por mês.

Wilfred Gadêlha

Nascido em Goiana-PE no período pleistoceno, Wilfred Gadêlha é formado em jornalismo pela UFPE. Atuou em vários veículos como repórter e editor, é geminiano, metaleiro e metido a cantor. Já escreveu livros, apresentou programa de rádio e dirige e roteiriza documentários que ninguém viu. Também foi secretário de Comunicação na terra-natal e em São Lourenço da Mata e fez várias campanhas - algumas perdeu e outras ganhou.

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