Preconceito contra o Nordeste: livro que trata do tema vai ser lançado hoje na Fenearte

Só Sei Que Foi Assim , de Octávio Santiago, tem noite de autógrafos às 19h, no Centro de Convenções, em Olinda

Só Sei Que Foi Assim: A Trama do Preconceito Contra o Povo do Nordeste, livro do jornalista e pesquisador Octávio Santiago, publicado pela Autêntica Editora, vai ser lançado nesta sexta-feira, às 19h, no espaço Conversas Instigantes, em plena Feira Nacional de Negócios do Artesanato (Fenearte), no Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda. Com o título inspirado na famosa frase do personagem Chicó, do Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna, a publicação tem sido um sucesso de boca a boca e de crítica.

Resultado de sua pesquisa de doutorado na Universidade do Minho, em Portugal, a obra de Santiago traça um percurso histórico, político e cultural sobre como se construiu e se mantém uma imagem estigmatizada do povo nordestino. Com linguagem acessível e análise rigorosa, o livro tem sido amplamente bem recebido por leitores e formadores de opinião, a ponto de chegar à segunda tiragem em menos de 30 dias após o lançamento nacional.

A estrutura do livro se inspira na dramaturgia clássica, dividida em cinco atos que abordam os pilares do preconceito: desigualdades estruturais, racialização, monotematização (seca, fanatismo, violência), oposição e interesses regionais, e estereótipos físicos e culturais. Ao longo da narrativa, Octávio articula fatos históricos, discursos midiáticos e referências artísticas para desmontar ideias cristalizadas sobre o Nordeste e propor um novo espelho para olhar o Brasil.

Entre os destaques, o autor propõe o conceito de “Complexo de Macabéa”, em referência à personagem da escritora ucraniana mais pernambucana no mundo, Clarice Lispector, em A Hora da Estrela, como símbolo do apagamento identitário imposto à população nordestina.

Nota do editor: já comecei a ler o livro, que comprei assim que vi a atriz e influencer pernambucana Ademara falar sobre. Dica: leia.

Wilfred Gadêlha

Nascido em Goiana-PE no período pleistoceno, Wilfred Gadêlha é formado em jornalismo pela UFPE. Atuou em vários veículos como repórter e editor, é geminiano, metaleiro e metido a cantor. Já escreveu livros, apresentou programa de rádio e dirige e roteiriza documentários que ninguém viu. Também foi secretário de Comunicação na terra-natal e em São Lourenço da Mata e fez várias campanhas - algumas perdeu e outras ganhou.

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