Novos Patrimônios Vivos contemplam do frevo à fotografia, cruzando Pernambuco do Litoral ao Sertão

Lista reúne mestres, mestras e grupos de diversas regiões e linguagens, somando 115 nomes registrados no Estado

O governo de Pernambuco divulgou na quarta-feira (6) os nomes dos dez novos Patrimônios Vivos do Estado, eleitos na 20ª edição do concurso promovido pela Secretaria de Cultura (Secult-PE) e Fundarpe. A cerimônia ocorreu na Academia Pernambucana de Letras, com votação presencial do Conselho Estadual de Preservação do Patrimônio Cultural (CEPPC-PE).

Com os novos reconhecimentos, o Estado chega a 115 mestres, mestras e grupos detentores de saberes e tradições populares. Os eleitos passam a receber pensão vitalícia e têm a missão de compartilhar seus conhecimentos com as novas gerações, garantindo a preservação de culturas imateriais.

Entre os homenageados estão representantes de expressões como maracatu, frevo, forró, bumba meu boi, samba de coco, artesanato e fotografia. As indicações contemplam artistas e coletivos da Região Metropolitana, Agreste, Sertão e Zona da Mata, reforçando a diversidade cultural do Estado.

A política de Patrimônio Vivo foi pioneiramente instituída em Pernambuco em 2002, com leis posteriores ampliando o número de bolsas concedidas. Desde 2021, o edital anual pode reconhecer até dez nomes por edição. O objetivo é garantir continuidade às tradições e linguagens populares do Estado.

Perfis dos novos Patrimônios Vivos – Edição 2025

Dona Maria Viúva


Mestra do Maracatu Estrela da Tarde, fundado em seu terreiro em 1977, em Glória do Goitá. É liderança no maracatu de baque solto e referência na cultura afro-indígena do interior.

Boi Tira-Teima


Criado em 1922, em Caruaru, o grupo é símbolo do Bumba Meu Boi no Agreste. Atua em projetos sociais e educativos, com forte inserção nas escolas da região.

Mestra Mariquinha


Referência do samba de coco em Tupanatinga. Herdou a tradição dos mestres antigos e segue ensinando, mesmo com saúde fragilizada, mantendo viva a manifestação no Sertão.

Maestro Edson Rodrigues


Instrumentista e regente, é autor do frevo clássico Duas Épocas. Fundou a Banda Municipal do Recife e é homenageado no filme Sete Corações.

Mestra Joana Cavalcante


Primeira mulher a liderar uma nação de maracatu. Fundadora do Baque Mulher, atua na formação de jovens e mulheres negras por meio da cultura.

Maracatu Nação Raízes de Pai Adão


Criado no Terreiro Obá Ogunté, em 1998, o grupo mantém tradições religiosas e culturais de matriz africana. É símbolo da resistência e ancestralidade no Recife.

Dona Dá


Figura histórica do Carnaval de Olinda, onde recebeu o título de cidadã honorária. É reconhecida por sua presença marcante e contribuição à folia.

Mestre Lourenço


Artesão de Goiana, trabalha com fibra de cana brava. Desenvolveu técnicas próprias no artesanato e sustenta sua família com a arte há décadas.

Terezinha do Acordeon


Sanfoneira pioneira, com dez discos gravados e turnês internacionais. Fundadora do Bloco Sanfona do Povo e regente da Orquestra Sanfônica de Pernambuco.

Xirumba Amorim


Fotógrafo e artista visual de Olinda. Documenta o cotidiano nordestino há mais de 50 anos, com obras exibidas no Brasil e no exterior.

Wilfred Gadêlha

Nascido em Goiana-PE no período pleistoceno, Wilfred Gadêlha é formado em jornalismo pela UFPE. Atuou em vários veículos como repórter e editor, é geminiano, metaleiro e metido a cantor. Já escreveu livros, apresentou programa de rádio e dirige e roteiriza documentários que ninguém viu. Também foi secretário de Comunicação na terra-natal e em São Lourenço da Mata e fez várias campanhas - algumas perdeu e outras ganhou.

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