Que tal celebrar os 25 anos de uma das mais importantes bandas do cenário underground pernambucano com skate, hardcore, rap e ações sociais no coração de Prazeres, em Jaboatão dos Guararapes? Pois se prepara, porque é isso que vai acontecer no dia 17 de agosto, a partir das 13h, na quarta edição do Go Skate Day Jaboatão, quando o Saga HC comemora duas décadas e meia fazendo o pré-lançamento do seu novo álbum, o EP Grito da Periferia .
Se liga no evento: skatistas, artistas, ativistas culturais, empreendedores e a comunidade de Prazeres vão se reunir na Skate Praza, embaixo do Viaduto Prefeito Geraldo Melo, em uma programação que começa às 13h com diversas atividades. Vai rolar skateata, competição de melhor manobra, batalhas de rima e ações sociais.
O filé da programação está nas apresentações musicais. Abrindo o dia e nos intervalos, DJ Leto, seguido de nomes importantes da cena Sisu, Realidade Encoberta, The House 72 e Batalha de Rimas. Quem vai fechar o evento é justamente o Saga HC, que vai executar seus clássicos e as músicas do novo álbum, com direito a participação de dois dos três convidados do EP: Luísa Cunha (vocalista da banda Odiosa) e Hélio Abulidu (vocalista da banda Abulidu).
O festival homenageia a arte-educadora Thacy, que faleceu no início do ano vítima de um sinistro de trânsito. Ela foi idealizadora de uma escolinha de skate voltada para crianças em situação de vulnerabilidade social de Prazeres.
O show de pré-lançamento do novo e quinto álbum do Saga HC conta com incentivo da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB), com recursos da Lei nº 14.399/2022, por meio da Prefeitura do Jaboatão dos Guararapes.
GRITO DA PERIFERIA – O show de domingo marca o pré-lançamento do EP Grito da Periferia. Com sete músicas que mesclam o tradicional hardcore com pitadas de thrash e ritmos regionais, o álbum traz um Saga HC com 25 anos de carreira mas com uma fúria juvenil no palco.
Contando com participações mais que especiais dos vocalistas Cannibal (Devotos, na música Conexões Periféricas,que já ganhou um videoclipe), Luísa Cunha (Odiosa, na faixa Somos a Força) e Hélio Abulidu (Abulidu, na música Quebra Laje), Grito da Periferia mostra a maturidade musical e lírica de Beto (vocal), Kakaroto e André (guitarras), Gordo (baixo) e Paulinho (bateria).
A produção do álbum obteve incentivo via Lei Paulo Gustavo (Fundarpe/PE).
COMPOSIÇÃO – O processo de composição de Grito da Periferia foi coletivo. Riffs e bases foram compostos por Kakaroto, que ganharam melodias a partir da colaboração de André e Gordo, com o acréscimo das batidas de Paulinho. “Foi intenso e verdadeiro. Cada faixa nasceu das vivências da banda, com base no que a gente vê e sente nas ruas, nos becos, nas lutas do povo periférico. A ideia era transformar em som toda essa raiva, indignação e consciência que a gente carrega, vinda das conversas de esquina, das experiências no dia a dia da quebrada”, conta Kakaroto.
Já as letras vinham sendo escritas ao longo dos anos. A partir das conversas para a composição do EP, Beto, André e Kakaroto foram adaptando as mensagens ao que o conceito do álbum exigia. “Fomos lapidando o conteúdo e demos unidade à mensagem que queríamos passar. Para o Saga HC, a arte se transforma em arma e ponte ao mesmo tempo”, salienta Beto.
Na opinião de André, a participação dos convidados enriquece o álbum. ”São artistas que a gente admira. A gente quis trazer vozes que representassem o grito da periferia em diferentes frentes. O EP retrata dor, anseio e afirmação, porque a quebrada tem muita potência, seja na arte, na educação ou na profissão.”
Por outro lado, a gravação refletiu a realidade da banda, com ênfase no espírito de resistência. “A gravação aconteceu de forma totalmente independente, como sempre foi o nosso corre. Tivemos parcerias verdadeiras desde a produção até a mixagem. Gravamos em etapas, respeitando o tempo de cada música e a energia que ela pedia. Foi no suor mesmo, sem pressa, buscando um som direto, sincero e com peso”, reflete Paulinho.
Já a respeito do show deste domingo 17 de agosto, para Gordo, vai ser uma celebração dos 25 anos de uma banda da quebrada. “Esse álbum marca um novo ciclo. Representa os 25 anos de resistência do Saga HC. É um grito coletivo, um marco na nossa trajetória. Fazer esse show é como voltar às origens. Vai ser no mesmo bairro onde o Saga HC nasceu e vive: Prazeres”.
Fotos: Alexandre Silva/Agência Cinco Estrelas
