Projeto Raízes cataloga baobás em Pernambuco

Mapeamento audiovisual registra 20 exemplares da árvore ancestral em 12 cidades do Estado, unindo memória cultural, ancestralidade africana e educação ambiental

O Projeto Raízes concluiu o primeiro mapeamento audiovisual dos baobás de Pernambuco, árvores de origem africana que carregam forte simbolismo histórico e cultural. A pesquisa percorreu 12 cidades do Estado e catalogou 20 exemplares da espécie, com registros em foto e vídeo disponíveis no site www.osbaobas.com.br. A iniciativa, idealizada pelo pesquisador e ambientalista Mateus Guedes em parceria com a produtora cultural Ana Sofia, contou com apoio do Funcultura Geral 2022.

Entre os exemplares mapeados está o famoso baobá do Bairro das Graças, no Recife, tombado como patrimônio da cidade desde 1988, com cerca de 100 anos de existência. Outro destaque é o baobá centenário localizado no Engenho Poço Comprido, em Vicência, cenário carregado de memória do período colonial e da escravidão, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico-Artístico Nacional (Iphan). O levantamento também passou por municípios como Itambé, Cabo de Santo Agostinho, Ipojuca, Ribeirão, Arcoverde, Serra Talhada, Limoeiro e Sanharó.

Baobá em Ipojuca

Cada árvore foi registrada por uma equipe formada por historiador, arquiteto urbanista e botânico, que buscou inserir os baobás em seus contextos sociais e culturais. Para o idealizador do projeto, o trabalho reforça a simbologia da árvore como memória viva da ancestralidade africana e resistência negra, um patrimônio natural que precisa ser preservado e valorizado.

Além do registro audiovisual, o projeto promoveu ações educativas em cidades como Vicência, Arcoverde, Limoeiro e Ipojuca. As atividades envolveram visitações guiadas, contação de histórias, oficinas de pintura, explanações históricas e plantio de mudas, reforçando a importância ambiental e cultural da espécie para novas gerações.

Wilfred Gadêlha

Nascido em Goiana-PE no período pleistoceno, Wilfred Gadêlha é formado em jornalismo pela UFPE. Atuou em vários veículos como repórter e editor, é geminiano, metaleiro e metido a cantor. Já escreveu livros, apresentou programa de rádio e dirige e roteiriza documentários que ninguém viu. Também foi secretário de Comunicação na terra-natal e em São Lourenço da Mata e fez várias campanhas - algumas perdeu e outras ganhou.

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