Recife e Caruaru terão atos neste domingo (21) contra propostas que blindam parlamentares e perdoam golpistas do 8 de janeiro
Pelo menos duas cidades pernambucanas, Recife e Caruaru, vão às ruas neste domingo (21) em protestos contra a anistia aos golpistas de 8 de janeiro e contra a PEC da Blindagem. Na capital, a concentração será na Rua da Aurora, a partir das 14h, em frente ao Ginásio Pernambucano. Já em Caruaru, o ato começa às 9h, em frente ao Grande Hotel.A mobilização em Recife é puxada por frentes populares e movimentos sociais.
A deputada estadual Dani Portela (PSOL) destacou que o momento exige firmeza: “Chegou o momento de irmos às ruas em defesa da nossa democracia e contra dois dos maiores desserviços do Congresso Nacional: o projeto pela anistia dos golpistas e a PEC da Bandalagem. Esse grande ato é em defesa da soberania do nosso país e a participação de cada um é muito importante”.
A vereadora Kari Santos (PT) reforçou o tom de enfrentamento. “É hora de ocupar as ruas e levantar a voz para mostrar que o povo não aceita anistia pra golpistas, muito menos a vergonhosa PEC da Bandalagem. Vem timbora!”, escreveu a vereadora nas suas redes sociais.
As manifestações respondem diretamente ao avanço da pauta no Congresso. O pedido de urgência para o PL da Anistia foi apoiado por 11 deputados federais de Pernambuco: André Ferreira (PL), Augusto Coutinho (Republicanos), Clarissa Tércio (PP), Coronel Meira (PL), Eduardo da Fonte (PP), Fernando Rodolfo (PL), Lula da Fonte (PP), Mendonça Filho (União Brasil), Ossesio Silva (Republicanos), Pastor Eurico (PL) e Waldemar Oliveira (Avante). A assinatura deles acelerou a tramitação de um projeto que pode abrir caminho para a impunidade.
“Foi mal” – A aprovação da PEC da Blindagem também gerou constrangimento para o deputado Pedro Campos (PSB), que votou a favor da proposta e depois admitiu que se tratou de um erro político. Criticado por eleitores e aliados, o parlamentar se desculpou publicamente e afirmou que sua escolha ocorreu em meio a negociações para tentar conter o avanço da anistia.
Pedro informou ainda que ingressou com mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) para questionar a legalidade da votação, especialmente a manobra que restabeleceu o voto secreto. Ao reconhecer a falha, disse que seguirá atuando para barrar a anistia e para defender medidas de interesse popular, como a tarifa social de energia e a isenção do Imposto de Renda para a classe trabalhadora.
