1ª Bienal da Gravura no Agreste traz mais de mil obras a Caruaru

Mostra transforma a Capital do Forró em ponto de encontro da gravura tradicional e contemporânea

Caruaru vai trocar o forró pela gravura. Ou melhor: vai juntar os dois. Entre os dias 10 e 19 de outubro, a cidade se torna o epicentro da arte impressa no Nordeste com a realização da 1ª GRR! Bienal da Gravura no Agreste, que reúne mais de mil obras de artistas locais, nacionais e internacionais. A proposta é provocar encontros entre o novo e o tradicional, o sertão e o mundo, com uma programação gratuita que ocupa diferentes espaços da cidade.

“Queremos valorizar tanto os gravuristas emergentes quanto os consolidados, mostrando ao público do Agreste o que está sendo feito hoje na gravura contemporânea”, explica Pombo, uma das curadoras do evento. Ao lado de Maroca, ela divide a curadoria com Ludmila Siviero e Vitor Pedroso, formando o time que desenha essa ponte entre linguagens e gerações.

Pombo e Maroca integram a curadoria da Bienal

A Bienal acontece no Armazém da Criatividade/Porto Digital e se divide em duas seções. A primeira, chamada Mundos, traz mil obras do Escambo Gráfico, uma das maiores iniciativas de troca de gravuras da atualidade. O projeto nasceu em 2021 e já circulou por países como México, Canadá, Suíça, Argentina, França, Alemanha e Portugal, reunindo mais de 500 artistas de 10 países.

Arredores – A segunda parte, Arredores, tem curadoria da Oficina Embuá de Experimentos Gráficos, comandada por Pombo e Maroca. O espaço apresenta 25 obras de novos nomes da gravura pernambucana, lado a lado com trabalhos de J. Borges e Dila, mestres da xilogravura que serão homenageados na mostra.

Todas as obras dessa seção têm audiodescrição, e o acesso é gratuito e aberto ao público. “A Bienal quer acolher todos os olhares, inclusive os que veem com outros sentidos”, resume Maroca.

Além das exposições, a programação inclui sete oficinas, três rodas de conversa e duas visitas guiadas, reunindo artistas de Arapiraca, Belo Horizonte, Belo Jardim, Bezerros, Caruaru, Panelas, Recife, Goiana e São Paulo. As atividades ocupam o Armazém da Criatividade, o Boi Tira-Teima e a Oficina Embuá.

As visitas guiadas também passam pelo Espaço do Cordel Mestre Dila e pelo Laboratório de Tipografia do Agreste (UFPE/CAA), espaços simbólicos para o diálogo entre tradição e experimentação gráfica.

Ofício – Para participar das atividades paralelas, é necessário se inscrever pelo Instagram @bienaldagravura. O horário de visitação é das 9h às 18h (de segunda a sexta) e das 9h às 16h (aos sábados).

A abertura da Bienal acontece no dia 10 de outubro, às 19h, com apresentação de Zé Barreto de Assis (Bezerros) e entrega de troféus aos familiares dos homenageados. O encerramento, no dia 19, terá gravura coletiva na Praça Giacomo Mastroianni, em frente ao Assaí.

Wilfred Gadêlha

Nascido em Goiana-PE no período pleistoceno, Wilfred Gadêlha é formado em jornalismo pela UFPE. Atuou em vários veículos como repórter e editor, é geminiano, metaleiro e metido a cantor. Já escreveu livros, apresentou programa de rádio e dirige e roteiriza documentários que ninguém viu. Também foi secretário de Comunicação na terra-natal e em São Lourenço da Mata e fez várias campanhas - algumas perdeu e outras ganhou.

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