Vestígios de um Tempo Não Linear

Pintor Antonio Mendes abre exposição em Olinda celebrando seus 60 anos com obras que misturam memória, afetos e experimentação

O artista plástico pernambucano Antonio Mendes abre neste sábado (27), das 14h às 18h, a mostra Vestígios de um Tempo Não Linear, na Casa Guita, em Olinda. A exposição, com curadoria do filósofo Filipe Campello, segue em cartaz até 25 de outubro e a entrada é gratuita.

Mendes cita influências de Mondrian e Rothko

Aos 60 anos, Mendes compartilha uma trajetória que não se limita ao tempo cronológico. Suas telas transitam entre a ordem e o caos, a memória e o afeto, trazendo cores intensas, traços em movimento e lembranças que se transformam em imagens figurativas ou abstratas. São pinturas que, em vez de seguir uma linha reta, se organizam num tempo espiralar, em que passado, presente e futuro se sobrepõem.

Um dos pontos de partida de sua poética está nas memórias familiares, como a lembrança do avô que construiu uma cerca com latas de óleo e arame. No trabalho de Mendes, essa precariedade ganha nova vida, transformando-se em invenção estética que dialoga tanto com o improviso popular quanto com referências da pintura moderna, como Rothko e Mondrian.

Mais do que uma retrospectiva, a mostra propõe uma leitura aberta e em constante transformação da obra do artista. “Não é um olhar para trás, mas uma forma de revisitar meu caminho e perceber como cada fragmento da minha história ganha novas camadas e sentidos”, afirma Mendes.

Fotos: Dayvison Nunes

Wilfred Gadêlha

Nascido em Goiana-PE no período pleistoceno, Wilfred Gadêlha é formado em jornalismo pela UFPE. Atuou em vários veículos como repórter e editor, é geminiano, metaleiro e metido a cantor. Já escreveu livros, apresentou programa de rádio e dirige e roteiriza documentários que ninguém viu. Também foi secretário de Comunicação na terra-natal e em São Lourenço da Mata e fez várias campanhas - algumas perdeu e outras ganhou.

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