Recife lidera no Estado e no Nordeste, mas maioria dos municípios pernambucanos aparece na metade inferior da tabela nacional, com São Lourenço da Mata entre os piores colocados
Pernambuco teve 22 cidades avaliadas no Ranking de Competitividade dos Municípios 2025, elaborado pelo Centro de Liderança Pública (CLP). O estudo considera 418 municípios brasileiros com mais de 80 mil habitantes. O destaque absoluto é o Recife, que ficou em 61º lugar nacional e em 1º no Nordeste, consolidando-se como a cidade mais competitiva de toda a região Norte-Nordeste-Centro-Oeste.
Além da capital, o estado emplacou municípios do interior em posições intermediárias, como Serra Talhada (222º no Brasil, 13º no Nordeste), Caruaru (225º/14º), Garanhuns (229º/16º) e Goiana (234º/18º). Essas cidades representam polos econômicos e de serviços que, apesar de avanços pontuais, ainda não alcançam patamares altos de competitividade nacional.

No caso de Petrolina, considerada polo do agronegócio nordestino, o desempenho foi abaixo do esperado: ficou apenas na 259ª posição nacional e em 25º no Nordeste. O dado indica que o potencial econômico local não se traduz em resultados equivalentes em infraestrutura, gestão pública e qualidade de vida.
Região Metropolitana – Entre as cidades da Região Metropolitana, o quadro é desigual. Olinda (297º/38º), Jaboatão dos Guararapes (342º/44º), Paulista (311º/41º) e Camaragibe (336º/43º) figuram no bloco inferior, com desempenho fragilizado em segurança, capital humano e sustentabilidade. Ipojuca (283º/35º) e Vitória de Santo Antão (296º/37º) aparecem um pouco melhor, mas ainda distantes dos níveis de excelência.
Na outra ponta, São Lourenço da Mata ocupa a 385ª posição nacional, sendo a pior cidade pernambucana no ranking. Ao lado de Igarassu (365º/50º Nordeste) e Cabo de Santo Agostinho (346º/45º), o município ilustra os graves desafios urbanos de parte da RMR, marcada por baixa eficiência da máquina pública, infraestrutura deficiente e indicadores sociais precários.
Desigualdade – A leitura geral dos resultados mostra que Pernambuco concentra no Recife quase toda a sua força competitiva. A capital se destaca como motor regional, mas o restante do Estado aparece em posições pouco expressivas. Apenas quatro cidades além do Recife figuram no grupo intermediário nacional, enquanto a maioria ocupa a metade inferior da tabela.
Essa disparidade interna reforça um padrão já observado em anos anteriores: o contraste entre uma capital moderna e integrada a serviços avançados e um conjunto de cidades com desempenho limitado, sobretudo em áreas como educação, segurança pública, sustentabilidade e gestão fiscal. Sem reduzir essa distância, Pernambuco continuará marcado por uma competitividade concentrada e desigual.