Colegiado inédito busca soluções integradas, enquanto governo do Estado recusa reforço com Força Nacional
O prefeito Lula Cabral oficializou, nesta quarta-feira (06), a criação e posse do primeiro Conselho Municipal de Segurança Pública e Defesa Social do Cabo de Santo Agostinho (CMSUSP). O colegiado, de caráter consultivo e deliberativo, reúne 24 representantes do poder público municipal, entidades não governamentais, órgãos estaduais de segurança e integrantes do sistema de Justiça. A coordenação ficará sob responsabilidade da Secretaria Municipal de Defesa Social, com a missão de integrar esforços e buscar soluções para um problema que há anos preocupa os moradores.
Durante a solenidade, Lula Cabral destacou o ineditismo do Conselho e afirmou que a medida representa um passo importante na construção de uma política de segurança mais efetiva. “Estamos reunindo aqui representantes de vários segmentos para construir, de forma integrada, soluções mais eficazes. O Cabo precisa e merece um sistema de proteção que funcione para todos”, declarou. A fala, no entanto, ocorre num contexto em que os índices de violência da cidade continuam entre os mais altos do país.

De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2025, o Cabo registrou, em 2024, uma taxa alarmante de 73,3 mortes violentas intencionais por 100 mil habitantes – um número que expõe a gravidade da crise. Apesar disso, o governo do Estado não atendeu aos apelos do prefeito para reforço imediato no policiamento. Desde maio, Cabral solicita à governadora Raquel Lyra o envio da Força Nacional, mas o pedido foi negado, deixando o município à mercê de um aparato local visivelmente insuficiente.
SIMBOLISMO – A instalação do Conselho representa um avanço simbólico e administrativo no âmbito municipal, mas sua eficácia dependerá de uma postura mais proativa do governo do Estado. Sem medidas concretas e com a negativa em enviar a Força Nacional, a gestão estadual transmite a impressão de distanciamento frente à crise. Enquanto isso, a população do Cabo de Santo Agostinho permanece exposta a uma escalada de violência que exige, com urgência, ações coordenadas e comprometimento político real.
Fotos: Pedro Batista