Raquel Lyra e a propaganda do seu governo têm batido em uma tecla para falar da segurança pública: faz 13 meses consecutivos que os homicídios no Estado estão caindo. Foi mal, governadora, mas isso não é verdade.
O discurso desmonta rapidinho. Basta olhar só os números de 2025 – divulgados pela própria SDS. Eu sou de humanas e não sei fazer conta, mas esse papo que aparece na TV eu consigo constatar: não é verdade.
Vamos a eles:
Janeiro – 286
Fevereiro – 261
Março – 309
Abril – 251
Maio – 253
Quero crer que seja um engano institucional e não uma informação errada divulgada deliberadamente. Mas tem uma coisa que não é: verdade.
Pra deixar mais claro: o número de homicídios caiu em fevereiro, aumentou em março, voltou a diminuir em abril e subiu ligeiramente em maio. Oscilam. Eu não gosto de brigar com números, mas essa informação de que a violência está caindo há 13 meses não é verdade.
Entre 2023 e 2024 houve redução sim e isso é uma boa notícia. Mas é bom lembrar que esse número cresceu de 2022 para 2023 e, na prática, os dados do ano passado são praticamente iguais aos do último ano de Paulo Câmara – que tratou a segurança como todo mundo sabe.
Ninguém em sã consciência torce pra que a violência descambe. Acredito que foi isso que motivou o prefeito do Cabo, oposição a Raquel Lyra, a ir a ela pessoalmente pedir pela Força Nacional na sua cidade, que tem índices de homicídio maiores que outras do mesmo porte e tá no top 10 das mais violentas faz tempo.
A governadora tem dificuldade em aceitar críticas, todo mundo sabe. Também que a chance de ela pedir a Força Nacional era nula. Mas por que Lula Cabral foi até lá? Em minha opinião, para ouvir diretamente de Raquel o que ela disse à imprensa: não vai pedir a Força Nacional.
2026 tá aí e a governadora não pode deixar que isso influencie suas decisões. Principalmente as que envolvem vidas. Porque, ao negar o pedido de Lula Cabral, Raquel disse que as forças de segurança podem dar conta do problema. Mas isso todo mundo sabe: não é verdade.
Foto: Hesíodo Góes/Secom