Texto sobre operação de R$ 1,5 bilhão reforça embate entre oposição e Palácio das Princesas
O deputado Waldemar Borges, presidente da Comissão de Administração da Assembleia Legislativa de Pernambuco, apresentou nesta sexta-feira (15), à Comissão de Constituição, Legislação e Justiça, o relatório sobre o projeto que autoriza o governo do Estado a contrair um empréstimo de R$ 1,5 bilhão. A matéria ainda não foi votada, mas as mudanças sugeridas pelo relator, na prática, condicionam a gestão a seguir uma série de amarras. Foi como se a oposição dissesse: “Gaste mas só se for com isso e ainda me preste conta de cada centavo”.

No relatório, Borges incluiu dispositivos que determinam a aplicação dos recursos em áreas específicas, o que, na prática, impede o uso livre dos recursos pelo governo Raquel Lyra. A medida, defendida pela oposição como instrumento de transparência e responsabilidade fiscal, é vista pelo Palácio das Princesas como um entrave para a execução rápida de investimentos.
A operação de crédito é um dos temas mais polêmicos no relacionamento entre governo e oposição na Alepe. Os adversários de Raquel Lyra acusam a administração estadual de tentar obter um cheque em branco, sem destinação clara para o montante. Já a base governista argumenta que as restrições propostas engessam o orçamento e dificultam a resposta a demandas urgentes.
A governadora tem mandado indiretas em seus discursos, endereçadas aos deputados de oposição, que, na opinião de Raquel, “trabalham contra Pernambuco”.
Com o relatório agora nas mãos dos deputados, as articulações se intensificam nos bastidores. O governo busca apoio para flexibilizar as amarras, enquanto a oposição trabalha para garantir que elas sejam mantidas no texto final. A data da votação ainda não foi definida, mas o clima já é de prévia de embate no plenário.
Fotos: Lu Rocha