Em entrevista exclusiva a O Fervo, o guitarrista Jão fala da volta a Caruaru, do repertório que atravessa fases da banda e da possibilidade de disco novo em 2026
Por Wilfred Gadêlha, com a ilustre ajuda de Adriano Punk (Terrör Algüm), que fez a ponte com Jão
O Ratos de Porão está de volta ao Agreste. “É sempre bom voltar a tocar em Caruaru. A gente já tocou muitas vezes, o público do Nordeste comparece, agita. É uma alegria enorme voltar”, diz o guitarrista Jão, em entrevista exclusiva ao Fervo. Neste sábado, 27, a banda fecha a noite do Caruaru Motofest 2025 no Pátio de Eventos Luiz Lua Gonzaga, depois do tributo a Charlie Brown Jr. com o grupo Imunidade Charlie Brown.
Sobre o repertório, Jão adianta que o set é “best of” da discografia, costurando várias fases do RDP. “Tem praticamente uma música de cada disco. Não sei se abrange todos, mas é bem interessante, abrangente… acho que o público vai curtir.” O recorte privilegia a energia do hardcore/crossover da banda — ou, nas palavras do próprio Jão, a “pegada punk-metal” que fez a história do grupo no país.
E o que vem depois do altamente político Necropolítica,um álbum recheado de pancadas direcionadas a Jair Bolsonaro e seis cupinchas? “Por enquanto a gente não está trabalhando em disco novo, não. A banda está meio preguiçosa hahahaha. Os véio tão com preguiça. Mas uma hora desenrola. Espero que no ano que vem a gente consiga fazer um álbum novo. Vamos ver”, diz o guitarrista.
O show do sábado acontece no mesmo espaço que abriga os grandes shows do São João: o Pátio de Eventos Luiz Lua Gonzaga. “Achei muito interessante. Espero que a galera compareça para curtir. A gente está na estrada é só aparecer lá. Brigadão”, conclui Jão.
Para quem vai montar a agenda: na sexta (26), o reggae de Edson Gomes encerra a noite; já no sábado (27), sobem ao palco Rolê Alternativo, Black Bird, OldPack e Imunidade Charlie Brown antes do Ratos de Porão. No polo Casa Rosa, o foco é a cena alternativa local: Dreameld e Visão Noturna (sábado) e, no domingo (28), Nanny Melo e Rock Man.
(Um toque pessoal: a primeira entrevista da minha vida foi com o Ratos de Porão, no lendário bar Castelo de Grauskull, nas Graças, Recife — quando a banda tocou pela primeira vez no Estado, em 1990. Eu tinha 16 anos e editava o fanzine Psicose, junto com meu irmão Márcio. Já entrevistei a banda não sei quantas vezes – uma delas, em 1991, tive o desprazer de ver o Gordo de cueca. Ano passado eu tive a chance de rever Jão no Bolacha Discos. Não se espantem com a foto. A gente é assim mesmo.
Sábado (27): R
